Todo ano é assim, somos convidados a, quer seja por força do calendário ou pelos comerciais de televisão, fazer um inventário do que fizemos versus o que vem pela frente. Mas fora a conta dos presentes, da comida e da confraternização, o rito de passagem de um ano para outro é mais do que um ilusório momento de transição, quer ver?
Muito embora a noção de Ano Velho e Ano Novo permaneça em nossa cultura, o que passou nos pertence, não vai embora. Faz parte do nosso repertório de aprendizados. Então não pode ser encarado como coisa velha, mas coisa que se transforma a partir do conhecimento e da atitude. Serve como sinalizador do que queremos mudar a partir deste conhecimento. Então liste as coisas das quais você apreciaria transformar ou se desfazer. Pode ser deste aquela mesa de cabeceira antiga e que não lhe diz mais nada até uma atitude nova frente a um colega de trabalho.
Sem desprezar o que aprendemos, podemos investir em atitudes novas também. Sugeri listar os objetivos, mas uma lista quilométrica não será produtiva – essas normalmente nem arrancam nos primeiros dias do ano novo. Comece escolhendo um objetivo só. Que tal, por exemplo, começar pelo exercício do copo meio cheio? Chega de depreciar bons momentos ou acreditar que quando uma coisa tem que dar errado, vai dar errado sempre. Atitudes negativas nada têm a ver com visão crítica ou visão realística. Atitude negativa é mau hábito e pode ser mudada. Estamos falando de uma postura destrutiva e inibitória das boas práticas. Quem só consegue ver o problema e se lamentar, acaba se tornando uma pessoa sem influência entre os pares no trabalho e um chato dentro de casa. Quando vemos as coisas boas acontecendo ao nosso redor, o ambiente muda e é possível ver mais de uma alternativa para o problema. Quem age desta forma, não precisa pedir ajuda, a ajuda sempre aparece.
Comece então a exercitar seu copo meio cheio e anote os triunfos. Toda vez que você se pegar em uma atitude positiva, ANOTE! Escrever é compromisso e ajuda na mudança de um hábito. A sensação de não estar parado em torno do mesmo “ano velho” é indescritível, acredite.
Parece fácil dizer “mude algumas coisas e sorria mais aos outros que vai dar tudo certo”. Mas no fundo é isso mesmo, adoramos academizar as coisas e torná-las tão mais difíceis a ponto de justificar o nosso imobilismo. Vamos dar o primeiro passo na direção oposta disso?
Texto de autoria de Daniel C. Souza, executivo da área da saúde, com especialização em coaching e um dos fundadores da FTR.